segunda-feira, 2 de abril de 2012

O pobre jornalismo paraibano

Um dos deveres dos telejornais é transmitir informações e, quando necessário, prestar algum serviço à população. Quando isso ocorre, sinto-me grato. Poucas vezes vejo um jornal que se presta a isso. Infelizmente nem tudo são flores aqui na Paraíba. Há tempos enxergo a transformação que alguns jornais do estado sofreram.

O sensacionalismo chegou ao seu ápice. Matérias baseadas no sofrimento alheio, desgraças sendo colocadas em pauta, pouca prestação de serviço e, pasmem, um assassinato ao vivo. A ''ousadia'' é tanta que sinto vergonha. Vergonha por ver profissionais se prestando a transmitir tais imagens para uma população sofrida, com pouca instrução, que a cada dia lutam por uma vida melhor. A única coisa que posso fazer é lamentar-me. Sentir vergonha por tais jornalistas que pouco se preocupam com o conteúdo que estão transmitindo.


Antes de mais nada: não sou telespectador de tais telejornais. Acho ridículo um telejornal transmitir mais sofrimento para uma população sofrível. É de extremo mau gosto repórteres entrevistarem mães desesperadas ou até mesmo fazer piadas com presos e outros inescrupulosos que reinam na sociedade. Mais triste ainda é ver apresentadores tentarem ocultar os sensacionalismos e outras coisas banais que entopem os telejornais paraibanos. É  horrível ter que sintonizar em um canal e dá de cara com reportagens que não prezam o respeito ao espectador. Com exceção de poucos, alguns telejornais são altamente movidos pelas mais ridículas provas de sensacionalismo. 

A linguagem que alguns jornais adotam é a popular. Assim, eles conseguem alcançar um número maior de televisores ligados. Eu, repito, sinto vergonha de quem apresenta e mais vergonha sinto daqueles que cultuam tais telejornais e das emissoras que não controlam ''as desgraças'' que serão veiculadas. Ninguém é obrigado a assistir mais sofrimento. Exageram na dose e as lástimas se transformam em pautas e, em alguns casos, viram piadas, mesquinharias. 

O jornalismo paraibano está derrapando feio em suas informações. Poucos realmente se preocupam com o respeito. Outros, porém, continuarão a expor sensacionalismos frívolos. Apresentadores não assumiram seus devidos postos e continuaram com o estigma de ''animadores na hora do almoço.'' Há tempos o jornalismo paraibano se transformou em caso de polícia. Ou melhor: de justiça. Mas parecem não enxergar. Enquanto isso, eu desligo minha TV e almoço em silêncio. Sem a obrigação de assistir filmes de terror na hora de minha refeição. Infelizmente, o sensacionalismo será o principal ingrediente de tais jornais. É a maneira pobre de conseguir audiência. Pobre daquele que não possui outra alternativa. 

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