quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ainda bem?

Você não vive comigo. Ainda bem! Já parou para pensar como seria esta minha vida se você ainda estivesse aqui comigo? Sei lá! Mas creio que não seria nada bacana.

Nos dias frios, aqueles que você me prometia calor e afeto, sentia-me sozinho. O porquê? Simplesmente quem me prometeu companhia não apareceu. Não quero mais te amar. Desisti deste relacionamento sem nexo, solitário amor que ainda insisto em regar.

Repleto de dores, o meu coração não encontrava nenhuma facilidade para esquecer aquele abandono. O seu rosto em minha mente fazia despertar um gosto de suicídio, chorume e nefastas sensações de desapego tomavam conta de mim. Flores? Nunca recebi flor nenhuma daquele desgraçado. O único presente que ganhei foi um belo pontapé nesta traseira que ele um dia reverenciava. Beijei-lhe tanto! Nos dias de hoje, ele desvia o rosto para que meus lábios se sintam ainda mais excluídos de seu coração impiedoso. 

Os dias passam e eu percebo que o seu amor não preenche mais o que antes transbordava paixão. O acaso não é mais o responsável por unir estes dois corações solitários e completamente carregados de amor, café, álcool e briguinhas indigestas. A sorte que um dia nos uniu é a mesma que nos afasta. O meu trevo de quatro folhas perdeu-se pelo caminho da vida. Ganhei, como recompensa, uma solidão estridente, que constantemente assola este meu coração com uma luva repleta de espinhos.

Agora vivo neste mundo solitário e triste. Há muitos anos busco a sorte de conhecer um amor verdadeiro. Desejo uma paixão avassaladora, instigante. Que o nosso amor possa produzir líquidos de saudade, que nos una novamente. Nós dois. Nosso amor. Uma vida que, ainda bem, não temos mais a preocupação de adubar.

(Texto baseado na música ''Ainda bem'', de Vanessa da Mata)

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