sábado, 28 de janeiro de 2012

Hilda Hilst: a voz da audácia

    O obsceno sempre foi um fator que, para muitos, é sinônimo de vergonha. Eu nunca me preocupei com quem escreve ou com quem fala obscenidades. Em nossa literatura, possuímos uma grande representante deste fato: Hilda Hilst. Uma das maiores vozes de nossa Literatura, Hilda é constantemente associada ao obsceno. 
    Hilda entrou em minha vida durante o meu ensino médio. Lia alguns de seus poemas pela internet. Achava aquilo fascinante! Para mim, a autora trata de erotismo, obscenidade e outras coisas consideradas ''imorais'' pela sociedade, de forma inigualável.  Em dos meus períodos na Faculdade, dediquei um semestre para ler e admirar seus versos, escritos e pensamentos.

Hilda Hilst foi poetisa, escritora e dramaturga brasileira*
    Hilda Hilst nasceu no dia 21 de abril de 1930, em Jaú - São Paulo. Filha única de Apolônio de Almeida Prado Hilst, fazendeiro de café, jornalista, poeta e ensaísta e de Bedecilda Vaz Cardoso, filha de imigrantes portugueses. Hilda formou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde conheceu sua melhor amiga, também escritora, Lygia Fagundes Telles. Teve seu primeiro livro, Presságio, publicado em 1950. Um ano depois publica seu segundo livro de poesias: Balada de Alzira. Dedicou seu tempo de criação literária na Casa do Sol, uma chácara próxima a Campinas, em 1966. Hilda abrigou vários escritores e amigos (dentre eles, Caio Fernando Abreu) por vários anos.
   Por quase 50 anos de dedicação à arte literária, foi agraciada com os mais importantes prêmios literários do Brasil. Temas considerados controversos como o lesbianismo, homossexualismo, pedofilia foram temas abordados pela autora em suas obras. No entanto, conforme a própria escritora confessou em sua entrevista ao Cadernos de Literatura Brasileira: ''seu trabalho sempre buscou, essencialmente, retratar a difícil relação entre Deus e o homem.''
    Hilda Hilst faleceu no dia 4 de fevereiro de 2004. Após o seu falecimento, seu amigo Mauro Fuentes liderou a criação do Instituto Hilda Hilst (http://www.hildahilst.com.br/) tendo como objetivo a manutenção da Casa do Sol, seu acervo e o espírito de ser um porto seguro para a criação intelectual.

A atriz  Rosaly Papadopol  na pele de Hilda Hilst no espetáculo ''Hilda Hilst, O Espírito da Coisa'''
    Ler Hilda Hilst é identificar-se com o que profundamente sentimos. A autora trata de assuntos que poucos tiveram a ousadia de relatar em seus escritos. Hilda é verdadeira, corajosa, lírica, sarcástica. Apesar de muitos a criticarem, eu a admiro por sua ousadia, por sua competência e sagacidade. Hilda Hilst: a voz que fala sem medo, incoerência e digna das palmas mais calorosas. Abaixo, os meus versos para esta grande Dama da Literatura Brasileira.

Versos para Hilda Hilst


Hilda habita em mim com todo seu ar de mulher indomável.
Coragem, doce coragem, de relatar as aventuras humanas
sem se preocupar com o amanhã.
Como eu te amo, Lóri de minha poesia! Se estivesses entre
nós, doce coragem, eu casaria com você.
Não me importaria com a idade. Todo sentimento cresce,
evolui, transparece em meus olhos cálidos, de homem 
que sofre com as injustiças, assim como você, doce acre
de minha sina.
Se aparecer alguém que fale mais belo que você, não te preocupes:
não cederei e o casório não ocorrerá.
Espera por mim e te provo todo o meu amor.
Versos faço para ti.
O meu amor, para sempre, será para ti.






Fonte: Wikipédia (em relação aos dados biográficos)

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