sábado, 3 de março de 2012

Sonhos Plúmbeos

O amor me fere é pela alma. Isso mesmo: pela alma! Como pode uma pessoa me completar tanto assim? Como pode uma pessoa não estar comigo mesmo sabendo desse amor imenso que carrego comigo? Perguntas que nunca saberei responder. Juramos amor eterno, fizemos planos invejáveis e hoje estou aqui sozinho, sem receios e com um vazio tremendo. Ninguém me aconselha. Eu sempre sou o gravador daqueles que confiam em mim e me relatam suas histórias de amor.

Eu, particularmente, gosto de amar em silêncio, com a mão no peito e deixo me levar pelas boas recordações que tivemos um dia. Se você, amor meu, estiver lendo essas palavras, não ria, não conte a ninguém. Não é segredo, nem confidência: apenas uma nova maneira de amar. Amar uma pessoa assim não me faz um ser completo, não me faz uma pessoa de bem com a vida. Não tenho você ao meu lado, não tenho você como gostaria, mas tenho você em minha memória e sempre estou pensando em ti: de forma doce, cautelosa e sóbria. É como se estivéssemos juntinhos, unidos, braço com braço, boca com boca e você me fazendo rir e me fazendo promessas. É nessas horas que eu vejo que cada minuto, cada momento ao teu lado, foram simplesmente fantásticos, maravilhosos. Como eu queria modificar isso, fazer de você minha obra-prima. Como eu gostaria que você enxergasse: com certos anseios planejo o futuro lembrando-me do passado e convivendo com o presente. Sinto um vazio dentro de mim: não é fome e nem carência: é melancolismo.


É aquela sensação de estar moribundo sobre um mar de paixão, de estar sempre em contato. São sonhos plúmbeos, escuros, tristes. Acordo e vejo tudo cinza. Não tenho você ao meu lado para me encher de felicidade. Cheia de cor. Uma aquarela de sentimentos.

Não estais aqui. E nessas horas, a memória é digna de uma fidelidade. Sempre que penso em você me sinto assim: fiel a você. Fiel aos momentos que passamos juntos. Fiel aos momentos que nos amamos. Fiel, sobre tudo, a mim. Isso mesmo: a fidelidade me faz corajoso para poder aguentar esses momentos evasivos. Esses momentos que tenho que estar sem você. Um vazio. Uma solidão. Enfim, sem você.

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